Hipnose e Hipnoterapia

A hipnose, hipnoterapia, ou terapia regressiva, é a utilização terapêutica de um estado de consciência alterado em que toda a atenção da pessoa se fixa numa ideia ou recordação específica. A pessoa hipnotizada está completamente acordada, mas responde apenas às sugestões do terapeuta. Existem muitas provas empíricas de que a hipnoterapia provoca em muitas pessoas os resultados desejados. Outras, contudo, são incapazes de entrar num estado de transe profundo, não passando de um estado hipnótico ligeiro, pois não são capazes de, ou, inconscientemente, não querem, atingir esta forma de alienação.

Origens

Desde os antigos curandeiros ao Dr. Franz Mesmer, médico austríaco do século xvIII, que punha as pessoas em transe como forma de entretenimento, a hipnose, enquanto processo terapêutico, teve um historial complexo. Só em 1958 a American Medical Association reconheceu pela primeira vez a hipnose como processo terapêutico cientificamente útil.

A hipnose pode ser a solução para um doente que, numa consulta ao dentista, não suporte a anestesia ou fique em pânico com os tratamentos.

Os profissionais

A hipnoterapia é praticada por médicos (especialmente psiquiatras), psicólogos e naturopatas e não deve ser confundida, nos seus métodos e sobretudo nos seus objectivos, com outros processos de hipnotismo utilizados em actividades espíritas ou espectáculos de entretenimento.

Quando se utiliza

Um psicoterapeuta pode utilizar a hipnose com diversos fins. Um deles é a modificação comportamental — para ajudar o doente a ultrapassar um problema de excesso de peso ou de dependência do tabaco. Outro é o chamar à consciência acontecimentos traumáticos, como abusos ou desilusões sofridos na infância que possam estar recalcados ou negados da consciência actual, mas continuem a causar sofrimento psicológico.

O controle da dor é outra importante aplicação da hipnose. Pode induzir-se um estado de transe tão profundo quanto uma anestesia durante uma operação ou um transe mais leve para aliviar as dores do parto; para controlar as dores crónicas, muitas pessoas aprendem a auto-hipnotizar-se.

PRECAUÇÕES

► Actualmente, a hipnoterapia tem poucas mas precisas indicações terapêuticas, devendo ser sempre aconselhada pelo seu psiquiatra e enquadrada com as outras terapias em curso; o hipnoterapeuta deve também ser recomendado pelo seu médico, pois da sua qualidade técnica e isenção ética depende o sucesso da terapia.

VISUALIZAÇÃO

A visualização implica a total concentração do indivíduo numa imagem específica. Pode ser combinada com a hipnose ou outra técnica de relaxamento para induzir tranquilidade, combater a ansiedade ou controlar a dor. Os doentes são ensinados, por exemplo, a visualizarem uma paisagem tranquila enquanto contraem e relaxam alternadamente diversos grupos de músculos para conseguirem uma descontracção mais completa.

Como actua

Para controlarem a dor por meio da hipnose, os doentes são ensinados a consciencializar intensamente as sensações do seu corpo, a dominar a respiração e a eliminar pensamentos e imagens que os distraiam ou deixem apreensivos. Depois, aprendem a concentrar-se na dor — na sua localização, intensidade e qualidade, tornando-se activos no controle da dor, aprendendo a modificar as suas características e a nivelar a sua intensidade. Com a prática, podem tornar-se capazes de utilizar as faculdades desenvolvidas para dominar outros problemas.
Para ajudar o doente a recordar um acontecimento traumático bloqueado ou uma experiência crítica da infância, o terapeuta coloca-o em transe hipnótico e sugere-lhe que regresse mentalmente ao tempo e lugar em questão. Essa regressão pode ser feita por etapas: o doente pode ser levado, por exemplo, a visitar uma escola da infância. Em geral, o doente começa a falar com voz infantil e a assumir uma postura diferente. Se a cena relembrada é muito penosa, pode chorar, talvez num choro de criança, e não de adulto. Terminado o transe, a voz e a postura regressam ao normal, e muitas vezes o doente não se lembra do que se passou. A tomada de consciência destas memórias deve ser introduzida e trabalhada pelo terapeuta com todo o cuidado e ajuda de outras técnicas de psicoterapia para promover o alívio psicológico e a estruturação da personalidade do doente, não a desorganizando com a consciência repentina de acontecimentos e afectos que não está obviamente preparado para integrar na memória actual. Este é o risco das terapias regressivas «selvagens» feitas fora de um contexto de suporte estruturado e/ou por pessoas sem formação técnica e psicoterapêutica especializada.
No diagnóstico e tratamento de distúrbios de personalidade múltipla, o terapeuta tenta que as outras personalidades venham até ao nível da consciência. Também aqui se verifica muitas vezes uma alteração dramática da voz e da postura à medida que as diversas personalidades surgem no transe hipnótico.

O que esperar

O transe hipnótico tem mais êxito num doente que quer cooperar e é capaz de relaxar, manter um estado de vigília mental e concentrar-se nas instruções repetidas pelo terapeuta, auxiliado, por exemplo, pela visualização (v. caixa em cima). As instruções são repetidas numa voz baixa e tranquilizante, com a qual o terapeuta vai conduzindo o paciente ao transe profundo. À medida que aumenta a sugestionabilidade, a res-piração e a frequência cardíaca baixam de ritmo. Neste ponto, o terapeuta pode inculcar as imagens que pretende.
A maioria dos pacientes consegue aprender as técnicas da auto-hipnose e da visualização, reforçando assim o trabalho do terapeuta. Existem à venda, para uso em casa, cassetes áudio e vídeo com instruções sobre a hipnose e a visualização.



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