O que é a Alimentação Macrobiótica
O que é?
A alimentação macrobiótica é baseada em princípios oriundos da Ásia Oriental que postulam que a saúde depende do equilíbrio harmonioso das forças vitais opostas (yin e yang) e que isto se aplica tanto aos alimentos como aos outros aspectos da vida.
Qual a sua origem?
O conceito foi desenvolvido na primeira metade do século xx por George Ohsawa, um filósofo japonês que afirmava ter curado a sua tuberculose usando uma dieta baseada nos princípios espirituais e nas práticas da medicina oriental. Ohsawa deu ao seu regime o nome de macrobiótica, que em grego significa «uma visão ampla da vida», e descreveu-o no seu livro “Uma Nova Teoria de Nutrição e Seu Efeito Terapêutico”, publicado em 1920. No Japão, o livro vai agora na 700ª edição.
À data da sua morte, em 1966, Ohsawa tinha escrito mais de 300 livros e viajado por todo o Mundo, promovendo a sua filosofia alimentar, tendo encontrado, principalmente entre os jovens americanos dos princípios da década de 60, uma audiência receptiva.
A classificação yin e yang
A classificação macrobiótica dos alimentos em yin ou yang pondera pelo menos 15 factores. Os alimentos vegetais são em geral yin, representando a força ascendente da Terra. Pensa-se que tornam mais lento o metabolismo, possuem um efeito calmante e produzem outros efeitos yin, como a diminuição da temperatura corporal. Os alimentos animais representam a força descendente, ou yang, e aceleram o metabolismo.
Mas dentro de cada classificação há muitas gradações, que vão do máximo yin ao máximo yang. Também a geografia e a estação do ano são tidas em consideração. Tanto quanto possível, os alimentos devem crescer no local. As pessoas que vivem em climas frios (yin), devem preferir os alimentos e meios de preparação yang, e o contrário se aplica aos que vivem em climas quentes (yang). Paralelamente, os alimentos e métodos de cozinhar yin devem ser usados nos meses quentes do Verão, e os alimentos e preparações yang devem predominar nos meses de Inverno, mais frios.
Precauções
► Uma dieta macrobiótica rigorosa pode ter consequências perigosas em crianças e adolescentes. Por ser pobre em calorias e certos nutrientes, pode agravar a situação de doentes com sida, cancro e doenças de malabsorção.
► Se decidir fazer uma dieta macrobiótica para perder peso, fale com o seu médico ou com um nutricionista qualificado a fim de não vir a ter carências nutricionais, especialmente de vitamina B12.
Os resultados
Depois de um diagnóstico baseado na aparência, sintomas e dieta actual do doente, o terapeuta sugere alterações destinadas a corrigir os desequilíbrios entre os alimentos yin e yang. As modificações dependem da facilidade em encontrar cereais, legumes e frutos locais. Arroz integral e chá de plantas são considerados essenciais. Banana, manga e outros frutos tropicais devem evitar-se nos climas temperados. Embora o peixe e um pouco de carne sejam aceitáveis, todos os lacticínios estão excluídos. Alimentos processados, sejam congelados ou enlatados, são totalmente proibidos.
Podem ensinar-se novas formas de preparar os alimentos. Panelas de cobre e alumínio, por exemplo, não deverão ser usadas porque podem deixar vestígios do metal nos alimentos ali cozinhados. Recomendam-se, alternativamente, recipientes de aço inox, esmalte, vidro ou cerâmica, bem como colheres de madeira ou bambu.
Como funciona a dieta macrobiótica
A macrobiótica classifica todos os alimentos em yang ou yin, e não segundo o respectivo conteúdo nutricional, níveis de glúcidos, proteínas ou gorduras . Em geral, uma dieta macrobiótica requer que 50 a 60% das calorias provenham de cereais integrais, os alimentos mais equilibrados em yin e yang; 25 a 30% de vegetais, 10 a 15% de feijões e algas marinhas; 5 a 10% de peixe, marisco, frutos da estação e frutos secos, e 5% de sopas de legumes, cereais ou miso (soja fermentada).
As dietas macrobióticas radicais dos inícios dos anos 60 limitavam-se às vezes exclusivamente a arroz integral, alimento equilibrado nas suas características yin e yang, mas insuficiente sob o aspecto nutricional. Tais dietas foram rapidamente abandonadas quando os seus seguidores começaram a sofrer de malnutrição grave. A dieta macrobiótica actual é semelhante a muitos regimes vegetarianos, especialmente aos que evitam o leite e os ovos mas permitem a inclusão de alimentos oriundos do mar.
A profissão
Numerosos técnicos de vários sistemas de terapias alternativas, como acupunctura, medicina natural, medicina oriental e medicina holística, integraram a macrobiótica na sua prática.
Modo de tratamento
Como terapia, a macrobiótica é usada no tratamento de vários problemas por meio de uma dieta restrita, podendo, por exemplo, ser recomendada em casos de distúrbios alimentares ou para combater o stress. Muitos dos seus apoiantes acreditam que o sistema proporciona uma base espiritual ou mística para a forma como a vida deve ser vivida.
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ola
Faço alimentação macrobiótica há mais de 20 anos e consumo soja com muita frequencia.
Estou com problemas de tireóide e tenho os sintomas que constam abaixo.
Gostaria de saber se o conteúdo da matéria abaixo é verdadeiro e se existe algum substituto, visto que não consumo nenhum produto de origem animal.
http://sindrome-intestino-irritavel.blogspot.com/2010/08/sobre-soja-e-as-quantidades-que.html
Sobre a Soja e as quantidades que ingerimos
Nos site SemLactose encontramos um texto que me pareceu interessante, pelo que passo a transcreve-lo:
“Apesar de serem uma boa alternativa para quem não pode consumir lactose, produtos à base de soja também merecem um pouco da nossa atenção.
É realmente um conforto saber que existem substitutos disponíveis no mercado para aqueles produtos que são riscados da lista de compras das pessoas com algum tipo de intolerância ao leite. Em sua grande maioria, esses iogurtes, cremes de leite, leites condensados e chocolates, tão comuns nas prateleiras dos supermercados, são feitos de soja. Mas até que ponto não estamos trocando seis por meia dúzia?
Nos últimos 10 anos, houve um boom de produtos à base de soja, em grande parte, devido ao aumento do número de pessoas com diagnóstico de intolerância à lactose ou de alergia à proteína do leite. Entre os anos 2000 e 2007, foram lançados somente nos Estados Unidos cerca de 2.700 novos produtos contendo a soja entre seus ingredientes.
A introdução de maneira tão rápida e intensiva de um alimento que tradicionalmente não faz parte da dieta ocidental pode trazer alguns impactos para a saúde dessas populações, desde alergias alimentares a disfunções hormonais.
Efeitos colaterais
É verdade que a proteína da soja tem valor semelhante à proteína animal e sem os problemas associados à gordura saturada presente nos alimentos de origem animal. Mas nem sempre conseguimos aproveitar tudo isso quando consumimos produtos como o leite de soja e a proteína texturizada (carne de soja).
O grão da soja tem uma proteína de difícil digestão. Para conseguir obter seus benefícios, precisamos do auxílio de algumas bactérias benéficas do nosso intestino. Sem esses microorganismos, a proteína da soja não é digerida e vira alimento de bactérias indesejáveis, produzindo toxinas, gases e desconforto intestinal.
Além disso, essa proteína mal digerida pode ser “interpretada” pelo sistema imunológico como um corpo estranho e desencadear um processo alérgico semelhante ao que ocorre com a alergia ao leite de vaca. Os sintomas, nesse caso, variam de dores de cabeça a inchaços e inflamações na pele ou em outros órgãos.
Outro problema do consumo excessivo de soja, embora os estudos nessa área ainda sejam pouco conclusivos, é o risco de afetar o funcionamento da tireóide, com redução da eficiência dos hormônios dessa glândula, levando ao hipotireoidismo e aos sintomas associados, como ganho de peso, cansaço, sonolência e prisão de ventre.
Direto da fonte
Nos países orientais, onde a soja é parte do hábito alimentar há milênios, o grão é fermentado – para fabricar o missô (pasta de soja) e o molho shoyo – ou coagulado para dar origem ao tofu (queijo de soja). Ou seja, esse processamento adianta o serviço das bactérias benéficas e transforma a soja em um alimento de mais fácil digestão, reduzindo o risco de alergias alimentares e efeitos adversos do consumo da soja.
Então ficam duas recomendações. Em primeiro lugar, abaixo a monotonia. Use produtos derivados da soja com moderação e procure variar os alimentos, pois essa é a melhor maneira de evitar qualquer alergia alimentar. E, quando usar produtos à base de soja, dê preferência aos fermentados (missô) e coagulados (tofu).