Acidocetose e Coma hiperosmolar
Acidocetose
E consequência de uma carência grave de insulina; sendo mais frequente na diabetes tipo 1. É geralmente acompanhada por hiperglicemia importante e de cetose por acumulação de corpos cetónicos no sangue, com aparecimento de corpos cetónicos na urina. As causas principais são as seguintes: infecções; diabetes inaugural; erros de tratamento (não tomar a insulina por esquecimento ou para “experimentar”, por exemplo); problemas não detectados nas bombas de insulina (rotura do cateter ou obstrução do cateter); enfarte do miocárdio; não identificada.
Os sintomas são os de uma diabetes descompensada: sede e poliúria; sintomas digestivos como náuseas e vómitos; desidratação; falta de ar (dispneia); hálito cetónico; perturbações da consciência e por vezes, dores de barriga. É uma situação grave que necessita de cuidados médicos e de enfermagem num serviço de urgência.
O tratamento impõe a diminuição da hiperglicemia através de injecções de insulina, a hidratação, a reposição do equilíbrio electrolítico e da acidóse e o tratamento da causa desencadeante.
Coma hiperosmolar
É uma complicação grave, particularmente da diabetes tipo 2, que aparece sobretudo em doentes diabéticos idosos. É caracterizado por uma desidratação importante, hiperglicemia acentuada na ausência de cetose.
As causas favorecedoras são: desconhecimento da existência de diabetes; infecção aguda; diarreia; acidente vascular cerebral; sede não compensada com ingestão de água; ingestão excessiva de bebidas açucaradas; diuréticos e corticosteróides. O estado de consciência está alterado, há poliuria; sede; fadiga e sinais de desidratação. Como não há cetose, em regra, não há hiperventilação, nem hálito cetónico.
A hiperosmolaridade do plasma sanguíneo está muito elevada. Pode haver uma insuficiência renal funcional e aumento do sódio no plasma. Como prevenir é o melhor remédio, é necessário pensar no risco de coma hiperosmolar em indivíduos portadores de diabetes tipo 2 e idosos e hidratá-los correctamente.
O tratamento curativo deve ser feito em serviço de urgência hospitalar: hidratação; tratamento para evitar tromboses; insulinoterapia e reposição electrolítica.
Acidose láctica
A acidose láctica é devida a um aumento da concentração plasmática de lactato. Esse aumento resulta de uma produção exagerada de ácido láctico devida a uma diminuição da oxigenação tecidular ou de uma deficiência hepática.
A primeira causa é consequência de um choque hemodinâmico ou de uma insuficiência cardiopulmonar; o segundo título é uma complicação da diabetes, de uma insuficiência renal ou hepática a seguir à administração de certos medicamentos ou tóxicos. A acidose láctica pode acontecer nos diabéticos tratados por biguanidas quando não se cumprem as contra-indicações formais. A biguanida, chamada metformina, tem um risco de acidose láctica francamente menor do que a fenformina, biguanida já retirada da circulação há muitos anos. Na fase inicial da acidose láctica, o doente pode queixar-se de fadiga e de dores musculares.
Pode acontecer hiperventilação pulmonar intensa, sem cheiro cetónico e sem perturbações digestivas, tais como enjoos, vómitos e dores abdominais. Na fase avançada da evolução, a acidose complica-se por hipotensão (baixa da tensão arterial) com colapso circulatório e oligúria (quantidade de urina diminuída). A glicemia é variável. É uma urgência que necessita de tratamento em ambiente hospitalar.
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