Como é feito o diagnóstico de gripe?

Durante as epidemias, o diagnóstico de gripe é feito apenas pela presença de sinais e sintomas sugestivos, ou seja, é suficiente fázer-se um diagnóstico clínico. Nenhuma das características da infecção aguda por virus da gripe é patognomómica, isto é, não existe qualquer sinal ou sintoma cujo aparecimento, só por si, permita estabelecer o diagnóstico de gripe. No entanto, o aparecimento súbito de um conjunto de sintomas respiratórios e sistémicos (gerais), numa altura em que já se confirmou a existência de actividade gripal na comunidade, permite fazer um correcto diagnóstico clínico de gripe em dois terços das consultas médicas.
Noutras situações, como pode ser o caso de um doente que é internado com doença respiratória grave de início súbito, ou então quando se suspeita de novos vírus como os da gripe aviária, ou para fins de vigilância epidemiológica, para se conhecerem os vírus em circulação, é importante estabelecer um diagnóstico de certeza, recorrendo-se a técnicas laboratoriais para identificar o agente. Esses exames laboratoriais, ditos exames complementares de diagnóstico, são executados de acordo com procedimentos muito variados, nomeadamente na sua complexidade técnica e no seu custo, e a sua escolha depende também das particularidades biológicas da infecção e das perguntas relevantes para as quais se procura resposta.
A excreção (libertação) de vírus da gripe A, faz-se essencialmente pelo aparelho respiratório e consequentemente o diagnóstico virológico desse agente é realizado, preferencialmente, em amostras que contenham células de revestimento das vias respiratórias infectadas e em secreções respiratórias, colhidas até três dias após o início dos sintomas clínicos. Podem ser obtidas amostras das fossas nasais, da faringe, da traqueia ou dos brônquios, por diferentes técnicas. Também pode ser necessária a colheita de sangue para detecção de anticorpos contra os agentes da gripe, ou a colheita de amostras de outros líquidos corporais (como urina ou liquido céfalo-raquidiano), em situações em que se suspeita do atingimento específico de determinados órgãos.
Pode recorrer-se a técnicas de cultura de vírus, que são morosas e difíceis de realizar. Por isso, a cultura de vírus é utilizada sobretudo para fins de investigação científica e não na prática clínica de rotina.
Os testes mais utilizados e mais rápidos são os baseados em técnicas imunológicas e de biologia molecular, que permitem identificar o agente através, respectivamente, dos seus antigénios de superfície ou do seu material genético. Através de testes em amostras de sangue, designados serológicos, é possível ainda quantificar e tipificar a presença de anticorpos para os vírus da gripe, e assim diagnosticar infecções passadas.



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