Como emagrecer sem risco
Como emagrecer sem risco
Seja qual for a dimensão do excesso de peso, acabámos de ver que ele nasce da conjugação de dois factores: a predisposição interna e os condicionalismos externos. De qualquer modo, quer se trate de prevenir uma possível obesidade ou de enfrentar uma obesidade já instalada, a solução consiste em adoptar uma dieta que obrigue o organismo a ir buscar as energias de que necessita às reservas de gordura.
As Dietas
Algumas são perigosas, outras ineficazes, a maior parte enganadoras, Mas, sobretudo, não se devem esperar milagres: para emagrecer sem risco e, sobretudo, para continuar magro e em boa forma, é preciso tempo, vontade e um bom conhecimento de si mesmo. Finalmente, é preciso persistência: se não é fácil perder peso, é ainda mais difícil estabilizai” no peso correcto. Para isso, o apoio de um ambiente amigável e compreensivo é, evidentemente, muito importante, bem como o recurso a ocupações satisfatórias e gratificantes.
A maioria dos que se acham demasiado nutridos experimentaram uma e, muitas vezes, diversas dietas… Para voltarem, muito rapidamente, ao ponto de partida. Porque são os fracassos tão frequentes, mesmo quando as pessoas se entregam, com empenho, à dieta?
A verdade é que para emagrecer e continuar magro, não basta comer menos durante um certo tempo e fazer mais exercício. Quer se trate de perder um quilo ou dez, o processo de emagrecimento passa, necessariamente, por duas fases: primeiro, é preciso perder os quilos supérfluos e, depois, encontrar uma forma de não voltar a ganhá-los. Esta segunda fase é sempre a mais difícil de superar.
Há três obstáculos principais no caminho do candidato ao emagrecimento.
– Em primeiro lugar, o coipo adapta-se ao tipo de dieta que lhe é imposta: reduz o metabolismo e adquire o hábito de queimar menos gorduras. Quando se retoma uma dieta normal, depois de se ter feito uma dieta rigorosa durante um certo tempo, o corpo trata o aumento de gorduras como um verdadeiro excesso, voltando-se a ganhar peso. Desse modo, fazer dieta é, por vezes, a melhor forma de se afrouxar a actividade do organismo e criar, assim, as condições ideais para engordar,
– Em segundo lugar, a redução de peso, no início de uma dieta, não se deve a perda de gordura, mas de água. Todos os que pretendem ser possível perder 5 quilos numa semana e que essa redução de peso corresponde a uma perda de gordura estão, pura e simplesmente, a enganar quem lhes dá crédito. Para o provar, basta-nos uma pequena demonstração aritmética: são precisas 9.000 kcal para eliminar 1 kg de gordura (vimos que um grama de gordura equivale a 9 kcal). Portanto, será necessária uma redução de 45.000 calorias para eliminar 5 kg de gordura por semana, o que equivale a cerca de 6.500 kcal por dia. A maioria das dietas reduz o consumo alimentar a 1.500, ou, no máximo, a 1.000 kcal por dia, o que representa, apenas, uma redução de 500 ou 1.000 calorias.
Portanto, não é possível que uma redução de peso espectacular, no princípio de uma dieta, se deva ao desaparecimento de gordura.
– Em terceiro lugar, depois da água, o corpo começa a eliminar os tecidos que lhe são menos úteis do que a gordura, e, se se consomem menos de 1.200 kcal por dia, são os músculos que pagam. A perda de proteínas ao nível dos músculos será tanto mais elevada quanto mais inactivo for o candidato antes da dieta. E isto não deixa de ter consequências negativas no estado da saúde. Acrescentemos que quem passa a vida a saltar de dieta para dieta, tem fortes probabilidades de adquirir mais gordura, e cada vez com maior facilidade, depois de cada paragem. Este facto denomina-se, vulgarmente, efeito de ioiô. Assim aconteceu numa experiência efectuada com ratos: depois de um segundo período de jejum, estes levaram o dobro do tempo a perder a gordura acumulada; mas demoraram três vezes menos tempo a recuperar a mesma quantidade de gordura, depois da segunda paragem.
Todas as primaveras se inventam novas dietas, desde o chá virgem às algas marinhas, passando pelos medicamentos infalíveis e pelas dietas dissociadas. Como é possível entender-se num tal labirinto?
Antes de mais, aprenda a desconfiar:
– das dietas à base de um alimento bem preciso, como, por exemplo, o iogurte, o feijão verde, o germe de trigo ou ainda o arroz, em detrimento dos outros nutrientes igualmente indispensáveis;
– das dietas que garantem resultados rápidos: só à custa de muitos aborrecimentos e, por vezes, de alguns perigos se consegue emagrecer rapidamente;
– das dietas que se dizem inovadoras: neste domínio, como em muitos outros, não há nada de novo debaixo do sol;
– das dietas baseadas na supressão ou na prevalência de uma ou mais categorias de nutrientes, como a dieta sem hidratos de carbono ou a dieta unicamente à base de proteínas, que fazem perder água e músculo em vez de gordura;
– das dietas que preconizam, com a exclusão de outros, as combinações fantasistas de alimentos: por exemplo, frutos com cereais ou bifes com feijão verde. O organismo tem necessidade, fundamentalmente, de uma grande variedade de alimentos; caso contrário, poderão registar-se perigosas carências, especialmente de vitaminas e de minerais. Não há nenhuma razão a favor ou contra uma determinada combinação de alimentos, em detrimento de outras, visto que todos são constituídos por amálgamas de proteínas, hidratos de carbono, lípidos, vitaminas e minerais;
– das dietas muito pobres em calorias, ou seja, das que recomendam menos de 1.200 kcal por dia, a menos que sejam acompanhadas de um controlo médico permanente. É o caso da cura de jejum proteico, mesmo compensada ou modificada, que apenas é indicada para os casos de obesidade grave;
– das dietas que propõem suplementos de vitaminas e/ou minerais. Nesse caso, os limiares ou relações de segurança são rapidamente ultrapassados;
– finalmente, das curas de jejum: jejuar durante mais de três dias é perigoso, porque pode provocar anemias e destruição muscular. Jejuar um dia por semana faz menos mal, mas é ineficaz; por sua vez, a supressão de uma refeição em cada duas faz engordar bastante, porque a sensação de fome aumenta e a pessoa tem tendência para se vingar na refeição seguinte,
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