Mais Anos de vida: os Homens ou as Mulheres

A longevidade das mulheres é maior do que a dos homens na maior parte dos países. O que significa que, em qualquer altura do ciclo de vida, a mortalidade masculina é maior do que a feminina.

Mas o que estará por detrás desta diferença?

Há alguns anos atrás pensava-se que o menor tempo de vida dos homens poderia estar ligado não só a um comportamento mais arriscado do sexo masculino, mas também a uma maior competitividade que os homens habitualmente enfrentam entre si ao longo da vida.

Quem têm mais anos de vida: os Homens  ou as Mulheres?

No fundo, a explicação reportava-se ao facto de o homem sair para ir trabalhar – o que implicaria uma alimentação mais fraca, mais disputas no trabalho, mais discussões e stresse no dia-a-dia – enquanto a mulher estava em casa, mais tranquila, a cuidar da casa e dos filhos.

Actualmente as coisas inverteram-se e, em muitos casos, a mulher não só tem uma actividade profissional como o homem, como tem a casa e os filhos para cuidar. Contudo, a longevidade feminina é superior em média cinco anos à masculina e sabe-se agora que o problema é mais do que comportamental.

Embora alguns factores possam ser culturais, dos quais o taba-gismo é o mais importante e o mais bem estudado, um determinante major é a hormona masculina testosterona.
Os estudos mostraram que o coração dos homens perde até um quarto do seu poder de pulsar entre os 18 e os 70 anos e que o das mulheres pouco muda durante esse período. Isto significa que, uma das principais razões para o aumento da mortalidade masculina é a maior incidência de doença cardiovascular, que é atribuída aos efeitos da testosterona.

Contudo, convém não esquecer que as mulheres também morrem de doenças cardíacas. E cada vez mais! Por isso, apesar dos homens terem de se acautelar em relação aos factores de risco vascular, as mulheres não devem desmazelar-se quanto a isto.

Outra justificação para a maior longevidade feminina advém do facto da testosterona ter um efeito imunossupressor, o que significa que diminui o poder imunológico do organismo do homem. Daí que, estes morrem mais por não resistirem tão bem às infecções, estando assim as mulheres melhor preparadas para as combater.

Apesar de tudo importa referir que tanto homens como mulheres podem tomar atitudes que os conduzam a uma vida mais longa e saudável. Atitudes tão simples como realizar exercício físico regular, alimentar-se adequadamente, reduzir o stresse, evitar os comportamentos de risco, etc, contribuem para prolongar o tempo de vida em ambos os sexos.

Segundo um estudo recente efectuado em mais de 5000 homens foram encontrados nove factores importantes relacionados com a longevidade masculina: não ter peso em excesso, ter tensão arterial normal, níveis baixos de açúcar no sangue (não ser diabético, portanto), ter níveis normais de colesterol, não fumar, não beber álcool em excesso, ter o punho firme (bom desenvolvimento musculoesquelético em relação com exercício físico regular), ter um bom nível de escolaridade e cultural, ter uma relação afectiva conjugal estável.

Vemos portanto a ligação de factores emocionais e físicos e a importância fundamental de controlo dos factores de risco ao longo da vida.