Práticas terapêuticas da Acupunctura
O que é?
A acupunctura é uma prática da medicina chinesa com mais de 3000 anos e é vastamente utilizada no mundo oriental, tendo-se nos últimos anos expandido para o Ocidente. Esta prática terapêutica considera que o nosso corpo tem canais próprios por onde circula energia (meridianos energéticos). Ao longo dos meridianos existem vários pontos que correspondem aos diferentes órgãos e, por isso, as doenças que desenvolvemos são devidas a alterações da circulação da energia em alguns desses pontos. A técnica terapêutica para melhorar a circulação energética consiste assim em espetar agulhas finíssimas, fazer pressão com os dedos ou dar pequenos estímulos eléctricos em determinados pontos-chave do corpo. A acupunctura tem dado inúmeras evidências de ser um método eficaz de tratamento de algumas doenças e os inúmeros estudos realizados já o comprovaram. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2002 lançou uma publicação Acupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled Clinical Trial, na qual reconhece a eficácia e segurança desta prática em algumas doenças ou sintomas.
Doenças e sintomas tratáveis com a acupuntura (dados da OMS)
• Todo o tipo de dores agudas ou crónicas;
• Ciática;
• Rinite alérgica, sinusite, bronquite e asma;
• Cólicas biliar, estomacal, intestinal e renal;
• Artrite/gota;
• Gastrite e gastroespasmos;
• Hipertensão e hipotensão;
• Psoríase;
• Depressão;
• Insónia.
Os efeitos terapêuticos da acupunctura têm sido observados num vasto leque de outras doenças, para além das acima referidas. Segundo os seus profissionais, a sua prática está indicada para cerca de 462 doenças ou condições. Porém, mais estudos são necessários para comprovarem a eficácia da acupunctura nas restantes doenças.
O principal risco da acupunctura é a possibilidade de infecções graves por transmissão de vírus, como o HIV ou a Hepatite B devido à utilização de agulhas não devidamente esterilizadas. O acupunctor considera que a doença é, num primeiro aspecto, uma perturbação funcional e só depois estrutural. É neste desequilíbrio primitivo que a acupunctura tem a sua máxima eficácia.
Como actua?
A acupunctura é uma intervenção de intencionalidade terapêutica que usa a estimulação de pontos cutâneos através de agulhas especiais.
Alguns investigadores interpretam os pontos de acupunctura e os meridianos como fenómenos da natureza eléctrica. Na realidade, um electromiograma (EMG.), um electroencefa-lograma (EEG) ou um electrocardiograma (ECG) são técnicas de medir e registar à superfície da pele o comportamento eléctrico de órgãos ou funções situados no interior do corpo.
A ideia de base da acupunctura consiste precisamente em estabelecer uma relação entre órgãos que se situam no interior do corpo e os fenómenos que se apresentam à superfície da pele. De facto, a pele é a sede de uma certa actividade eléctrica, e sabe-se que esta actividade pode variar sob o eleito de uma diversidade de factores.
Para o médico acupunctor, o organismo está sulcado por linhas energéticas, isto é, meridianos energéticos que ligam os órgãos a esses meridianos e também a outros órgãos, directa ou indirecta-mente. Através de canais mais pequenos, que são os meridianos secundários, fazem-se também ligações importantes entre os diferentes meridianos.
Existem outros meridianos, os vasos maravilhosos, que têm como função absorver os excessos de yin/yang dos meridianos principais.
Qual o papel do acupunctor?
O papel do acupunctor é, além de fazer o diagnóstico, dispersar esses excessos ou tonificar as insuficiências. É alcançando o equilíbrio que se consegue obter de novo a circulação energética nos meridianos e nas respectivas funções.
No nosso século, a medicina transformou-se profundamente nos seus métodos, limites e meios. Pode afirmar-se que em certas situações patológicas a arte e a ciência terapêuticas têm soluções mais eficazes e incomparavelmente superiores aos métodos antigos. No entanto, num processo de evolução não se pode ignorar a complementaridade indispensável dos métodos antigos. Nada do que se propõe pode ser concebido fora do progresso constante da medicina, biologia, bioquímica, biofísica e matemática. O conhecimento e a regulação energética do indivíduo como um todo através da estimulação de determinados pontos não são senão consequências lógicas de 50 séculos de trabalho e observação.
A medicina natural considera o homem na sua totalidade e interrelacionado com o mundo que o rodeia. Aristóteles dizia que «o todo precede a parte», e esta máxima reflecte bem a dimensão integral da medicina natural, enquanto a medicina clássica se especializa e compartimenta o conhecimento. E sendo sem dúvida um grande e notável conhecimento, é também um saber compartimentado pelas diferentes especialidades da medicina e que não integram o princípio da totalidade.
Não se pretende, obviamente, negar a eficácia das técnicas e remédios da medicina clássica, pois isso equivaleria a ignorar o progresso. Mas é importante dizer que esta evolução científica, complementada com o saber milenar de outras técnicas terapêuticas, enriqueceria o arsenal terapêutico do médico, trazendo deste modo mais benefícios para os doentes. O profissional de saúde, médico e/ou acupunctor, interessado na abordagem tradicional e integrada da medicina deverá procurar não a alternativa de uma ou outra medicina, pois nenhuma se sobrepõe à outra, mas sim o sucesso terapêutico e a saúde do doente, e para isso é necessário complementar os métodos. Seria impensável não utilizar e tirar partido da tecnologia e da farmacopeia moderna, como muitos advogam, auto-limitando-se a «pensar chinês» e a guiar-se unicamente pelos ensinamentos da tradição antiga.
Como é o tratamento?
O tratamento consiste na introdução de finíssimas agulhas de aço inoxidável uns milímetros no interior da pele em pontos determinados. As agulhas são introduzidas numa parte do corpo, mas as sensações de calor, dormência ou formigueiro ocorrem noutra parte. A explicação tradicional para este fenómeno é que o Ki está a percorrer o seu canal próprio. Estudos ocidentais sugerem que o responsável por este fenómeno será o sistema nervoso autónomo. Tanto na introdução como na extracção das agulhas raramente se sente mais que uma ligeira picada.
O tempo que as agulhas permanecem inseridas, rodadas manualmente ou ligadas a um mecanismo eléctrico, seja ou não a acupunctura acompanhada de calor, depende da natureza da dor ou do efeito desejado. A maioria dos tratamentos para alívio da dor leva de 5 a 15 minutos. Partindo-se do princípio de que o efeito é cumulativo, recomenda-se habitualmente um curso de seis sessões. Alguns doentes que não sentiram alívio da dor logo após o tratamento relatam o seu desaparecimento passados alguns dias ou semanas.
Precauções antes de fazer acupunctura
Se está a pensar fazer acupunctura, deve ser observado pelo seu médico antes de iniciar o tratamento. Se o acupunctor não for licenciado em Medicina ou recomendado pelo seu médico, verifique as suas credenciais e experiência.
Os acupunctores esterilizam geralmente as agulhas com calor húmido (autoclave). Porém, como a sida, a hepatite B e outras doenças mortais podem ser transmitidas através de agulhas contaminadas, a reutilização de agulhas, mesmo esterilizadas, deve ser evitada. As agulhas descartáveis são muito acessíveis.
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