Riscos da pele ao sol, como proteger e evitar problemas
Apesar dos inúmeros avisos das autoridades responsáveis, as estatísticas são eloquentes e revelam um notável aumento dos cancros da pele entre as pessoas de raça branca que se expõem ao sol exageradamente.
Também se sabe que, mesmo em doses reduzidas, a irradiação solar é um importante factor de envelhecimento. Actualmente, tais riscos são facilmente evitáveis, graças aos progressos realizados pela indústria cosmética no que respeita aos cremes e protectores solares.
Benefícios e riscos dos raios de sol
O sol, que é uma bola de fogo à temperatura de 6.000°C, emite três tipos de radiação.
- Os raios infravermelhos (IV) aquecem a terra.
- As radiações visíveis formam a luz que nos é perceptível.
- Finalmente, os raios ultravioletas (UV) que provocam o escurecimento da pele.
Quanto aos benefícios, a exposição aos raios UV favorece a formação da melanina, um pigmento capaz de filtrar alguns desses raios: quanto mais pigmentada a pele se tomar, mais protegida fica contra uma das famílias UV, os raios UV-A. Esse fenômeno natural leva, normalmente, três dias a processar-se e quanto mais frágil for a pele (nas pessoas de cabelo ruivo, por exemplo), mais lento é esse processo.
Por outro lado, a segunda família de raios UV, os UV-B, contribuem para a síntese, pelo nosso organismo, da vitamina D (veja, a propósito, o capítulo sobre a nutrição). Por isso, as pessoas que evitam a exposição ao sol podem sofrer carências desta vitamina. Quanto aos riscos, a exposição prolongada aos raios UV conduz ao espessamento e à secura da pele e, portanto, ao aparecimento de rugas precoces. Tanto os UV-B como os UV-A estão implicados nesse processo de envelhecimento, mas, ao que parece, só os UV-B são responsáveis pelos golpes de sol. São eles, também, que atacam o ADN das células da pele e provocam o aparecimento de um cancro específico, o melanoma maligno, cuja incidência aumenta de forma alarmante, sobretudo nas mulheres.
Em doses elevadas, os UV-A são igualmente perigosos e constata-se que os cancros cutâneos, como referimos anteriormente, são frequentes nas pessoas de raça branca que se expõem muito ao sol. É o que se passa, por exemplo, com os anglo-saxões que vivem na Austrália.
ATENÇÃO: os raios UV são particularmente intensos nas montanhas, nas praias, na neve e à beira de água, sobretudo entre as 10 e as 15 horas (hora solar).
Sensibilidade do tipo de pele ao sol
A sensibilidade aos raios solares varia bastante, consoante a cor da pele, dos olhos e dos cabelos. Globalmente, distinguem-se seis tipos de pele: o tipo I corresponde aos indivíduos que se queimam e nunca chegam a ficar bronzeados, como os ruivos de olhos azuis e de pele leitosa, ao passo que o tipo VI corresponde aos que se bronzeiam e nunca se queimam, como as pessoas de tipo moreno. As crianças e os adolescentes são os mais sensíveis, o que é agravado pelo facto de, actualmente, metade do tempo de exposição ao sol acontecer, segundo se pensa, durante os primeiros dezoito anos de vida.
Algumas dermatoses, incluindo a acne e a couperose, podem ser agravadas pela exposição ao sol, enquanto que uma reacção, a que se chama fototoxicidade, pode produzir-se com um grande número de medicamentos, ou na sequência da aplicação de cosméticos que contenham, entre outros, alguns tipos de anti-sépticos, de essências (como, por exemplo, a bergamota, a alfazema e outras) ou corantes. Neste caso, o escurecimento da pele é rápido, mas irregular, e o efeito estético é duvidoso.
Tipo de Protecção
Os produtos de protecção solar têm como função fazer com que a pele fique bronzeada, sem sofrer os inconvenientes da exposição ao sol. Os fotoprotectores disponíveis no mercado actuam através de dois processos diferentes, frequentemente associados. Podem conter, por um lado, filtros químicos, que absorvem a energia dos raios UV, e, por outro, protectores físicos, que reflectem os mesmos UV. Entre os filtros químicos, alguns são de espectro estreito e protegem apenas contra os raios UV-B (portanto, apenas contra os golpes de sol). Outros conseguem absorver os UV numa faixa mais larga do espectro e dão também alguma protecção contra os UV-A. Os produtos de protecção solar à base de filtros químicos são apresentados sob a forma de óleos ou de cremes, mais ou menos fluidos, cuja aplicação é fácil.
Os protectores físicos são pós minerais, que protegem tanto contra os UV-B como contra os UV-A. O seu uso é limitado, devido ao seu carácter opaco, que faz lembrar uma máscara. O índice de protecção é o primeiro critério na escolha de um protector solar. Esse índice varia, nos países europeus, entre 0 e 25, ou mesmo acima. Os números indicados nas embalagens nem sempre são fiáveis, dada a ausência de regulamentação precisa para estes produtos, tanto ao nível nacional como europeu. Cuidado também com os produtos que contenham bergamota: consulte o parágrafo sobre as sensibilidades.
Conselhos Práticos para proteger a pele do sol
Algumas medidas simples podem limitar, perfeitamente, os perigos da exposição ao sol.
Comece por desconfiar seriamente dos raios de sol, sobretudo nas horas quentes, e exponha-se apenas episodicamente. Se a sua pele for muito sensível, conserve um chapéu na cabeça e não retire a roupa toda de uma vez, Os raios UV não atravessam um tecido de algodão fechado e opaco, como a ganga, mas penetram facilmente através de um tecido de nylon de textura muito fina.
Utilize um creme ou um leite solar com um factor de protecção tanto mais elevado quanto mais branca e sensível for a sua pele. De acordo com alguns dermatologistas, é recomendável recorrer sempre a um protector de índice superior a 10. Aplique o protector antes de se expor ao sol e volte a aplicá-lo frequentemente, sobretudo se se tratar de um leite, já que estes se evaporam muito mais rapidamente do que os cremes. As pessoas que desejam tomar banho ou que transpiram muito devem usar um protector waterproof, isto é, que seja resistente à água, cuja aplicação deverão renovar de duas em duas horas, por exemplo. Nunca deixe as crianças andarem ao sol, sem protecção. Procure fazer com que não estejam paradas e cubra as mais pequenas com uma T-shirt e um chapéu. Nunca ponha um berço ao sol, nem deixe as crianças fechadas num carro que lhe esteja exposto.
Se toma medicamentos, peça informações ao médico ou ao farmacêutico sobre os efeitos eventuais de uma interacção daqueles com os raios UV ou com o protector solar. Existem produtos para bronzear sem necessidade de exposição ao sol. Estes produtos não são perigosos, mas convém saber que não oferecem qualquer protecção contra os golpes de sol. No entanto, é preciso ter cuidado: com alguns produtos, registaram-se efeitos indesejáveis, como secura, comichão, reacções de fotossensibilização. É o caso, particularmente, de alguns produtos a que foi dado o nome de “aceleradores” ou “activadores” do bronzeamento.
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